Em Guriri água com excesso de sal pode levar à decretação de emergência
Em Guriri água com excesso de sal pode levar à decretação de emergência
sexta-feira, 15 de outubro de 2010, 7:22
Região13 visitas
ComenteA salinização da água que abastece o balneário de Guriri, em São Mateus, no Norte do Estado, pode levar à decretação de estado de emergência pela prefeitura do município. Em Guriri e em bairros vizinhos, escolas estão sem aula, moradores com a saúde em risco e revoltados. O turismo local também registra prejuízo.
Segundo o secretário de Defesa Social, Nilis Castberg, dez escolas, constantemente, têm ficado sem aula devido ao problema. Desde de junho, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), responsável pelo abastecimento da cidade, tem captado água de poços artesianos para enviar às 3,6 mil residências locais, porque o Rio Mariricu, onde é feita a captação, está salinizado.
Limite
O máximo permitido de sal na água para o consumo humano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 250 ppm, mas atualmente a água de Guriri tem 19 mil ppm, segundo o diretor do SAAE, Luiz Carlos Sossai. Ele explica que a salinização está atingido o lençol freático e, consequentemente, os dez poços rasos que estão há quatro meses atendendo à população.
“A medida paliativa para Guriri seria captar água bruta de dois poços artesianos em propriedades particulares, na Região do Rio Preto. Para tanto, precisaríamos investir em equipamentos para bombear até a estação em Mariricu, tratar e distribuir para o balneário. O decreto facilita na obtenção da verba”, explicou.
A solução, segundo Sossai, seria a captação no Rio Cricaré, onde hoje é captada a água para o município de Conceição da Barra, pela Cesan. Nesse caso, seria necessário um investimento de R$ 6 milhões, dinheiro que o município não tem.Sossai diz que o assunto será levado ao Governo do Estado, para a prefeitura definir se será necessário decretar estado de emergência.
Moradores pedem para Ministério Público agir
Moradores e comerciantes reclamam da escassez de água. “Muitas vezes, o pouco que tem está salgado”, diz o presidente da Associação de Moradores de Guriri, Hebert Marques. Segundo ele, a associação já acionou o Ministério Público e teve diversas reuniões com representantes da prefeitura, sem solução. E o mesmo problema de Guriri pode atingir a sede do município de São Mateus, se a captação de água também não for mudada, segundo o diretor do SAAE, Luiz Carlos Sossai. “O nosso maior problema hoje é o abastecimento dos bairros do outro lado da BR 101. Nesse caso, precisamos de um adutora menor que leve água para esses bairros. Estamos fazendo um projeto para saber qual o investimento necessário”, diz ele.
Déficit.
Região Norte do Espírito Santo está com um déficit de chuva equivalente a 290 milímetros, segundo os dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
Rio.
O Rio Mariricu abastece o balneário de Guriri e tem ficado cada vez mais seco com a estiagem. Esse problema provoca a invasão do mar no rio, aumentando o nível de sal da água, tornando-a imprópria para o consumo humano. O nível tolerado, segundo a Organização Mundial da Saúde é de 250 ppm (partes por milhão), mas em Guriri o nível atual é de 19 mil ppm.
Poços.
Desde 18 de junho deste ano o abastecimento tem sido feito através de 10 poços rasos, que ficam próximos à estação de tratamento de Mariricu, mas a salinização já está atingindo os poços e a prefeitura cogita decretar estado de emergência para conseguir verba que contribua para solucionar o problema de abastecimento de Guriri, que se arrasta há 20 anos.
Adutora.
A solução para Guriri seria um investimento de R$ 6 milhões em uma adutora que levaria água da Região do Jambeiro, onde é feita a captação para abastecer o município vizinho de Conceição da Barra, para o balneário. Essa também é a solução encontrada para que a sede de São Mateus também não sofra o mesmo problema da salinização.
Empresa.
A Companhia de Abastecimento do Estado (Cesan) quis assumir o SAAE de São Mateus, para investir no município, mas o projeto não foi aprovado pela Câmara de Vereadores, porque não houve garantia de trabalho para os funcionários do SAAE.