Às vésperas do recesso na Assembleia Legislativa, o governador Paulo Hartung estaria buscando uma alternativa no plenário para tentar desidratar o movimento que apoia a eleição do deputado reeleito Theodorico Ferraço (DEM) para a presidência da Casa. Puxada pelos deputados novatos, a candidatura do demista não agrada ao governador.
Nos corredores da Casa é comentário corrente a insatisfação que o governador Paulo Hartung teria em ver Ferraço na presidência do Legislativo. O temperamento do demista não se encaixa no perfil dos presidentes da era Hartung, que praticaram eliminaram a independência da Casa, o que fortalecer a política do governo Paulo Hartung.
E é justamente o perfil mais independente que tem fortalecido a candidatura de Theodorico Ferraço. Os deputados novatos querem um comportamento diferente do parlamento em relação ao que se viu nos últimos oito anos. Neste sentido o nome de Ferraço é o mais apropriado, segundo a maioria do plenário. Embora tenha um comportamento independente, ele não adotará uma postura oposicionista, mas tem o perfil necessário para cumprir compromissos com os deputados.
Diante do fortalecimento de Ferraço, Hartung vem buscando uma alternativa para esvaziar a candidatura do demista. O plano B é necessário porque o nome defendido pelo governador Paulo Hartung, o do deputado Sergio Borges (PMDB), perdeu muita força no plenário e o próprio deputado teria diminuído o ritmo de sua campanha.
Como o governador eleito Renato Casagrande só pretende entrar na discussão da Assembléia em janeiro próximo, o governador Paulo Hartung teria um tempo para fazer a movimentação na Casa.
O comentário na Assembléia é de que preocupação palaciana é de manter a influência do governador Paulo Hartung na Casa, mesmo depois da saída do governador da cadeira. Com contas a serem julgadas, o governador quer garantir o apoio do Tribunal de Contas do Estado e da Assembléia.
No Tribunal de Contas, Hartung conseguiu a maioria do plenário, indicando, direta ou indiretamente, três conselheiros ligados ao seu governo. Na Assembléia, a escolha do presidente é importante para manter o plenário submisso ao seu governo, mesmo que ele não esteja mais na chefia do Executivo.
Fonte: Renata Oliveira
Foto capa: Nerter Samora