Apesar da protelação da Articulação de Esquerda e da resistência da deputada federal Iriny Lopes, não teve jeito. A presidente eleita Dilma Rousseff fechou seu Ministério nesta quarta-feira (22) com a inclusão do nome da parlamentar para a Secretaria da Mulher.
Segundo o jornal O Globo, a petista estará entre os 37 ministros que tomarão posse ao lado da presidente no primeiro dia de janeiro. Com a ida de Iriny para o governo federal, a pressão do PMDB sobre o governador eleito Renato Casagrande (PSB) para que puxasse um deputado federal da coligação (PMDB-PT-PSB) acaba. O objetivo do grupo era abrir uma vaga para que o primeiro suplente, Camilo Cola, conseguisse uma cadeira na Câmara.
A resistência de Iriny em ceder a cadeira para Camilo Cola vinha de uma posição ideológica, já que o deputado federal foi um dos financiadores da Operação Bandeirantes que promoveu a tortura Brasil afora durante o período da ditadura. Havia uma pressão para a abertura da vaga por parte dos aliados do governador eleito Renato Casagrande.
Com a resistência de Iriny, a alternativa proposta pelo PMDB era a de que Casagrande puxasse o deputado reeleito do partido Lelo Coimbra, mas o governador eleito vinha encontrando dificuldades de acomodar o peemedebista em sua equipe e a manobra também estava descartada.
A demora na definição do futuro de Iriny Lopes aconteceu por conta de disputas internas do PT. A Articulação de Esquerda (AE), corrente da deputada, pleiteava a permanência à frente da Secretaria de Portos. Mas, como a vaga foi dada a um aliado de Ciro Gomes, o prefeito de Sobral (Ceará), Leônidas Cristino, à Articulação coube aceitar o espaço da Secretaria da Mulher.
O convite a Iriny havia sido feito pelo presidente do PT, Eduardo Dutra. A deputada não estaria muito disposta a ingressar no Ministério. Seu objetivo seria cumprir o mandato de deputada federal. No Espírito Santo, o governador eleito Renato Casagrande também acompanhava a movimentação em Brasília, já que também pretendia ter a deputada em sua equipe de governo.
Iriny estava cotada para a Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, cargo que a deputada também não se sentiria à vontade para ocupar. A parlamentar deixou as negociações para os representantes de sua corrente no partido e, diante da decisão, não tem escolha senão assumir o cargo para o qual foi indicada.
Século Diario