Morreu na madrugada desta segunda, 29 de abril, aos 60 anos de insuficiência respiratória em Colatina, o sanfoneiro Zé do Brejo considerado o sucessor de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião no Espírito Santo, além de tocar ao lado de consagrados nomes da musica brasileira como Luiz Gonzaga, Zé Geraldo, Raul Seixas, Jerry Adriane, Perla, Wando, Carmem Silva e Grupo Imã, entre outros astros da musica popular brasileira.
Wilson Benevenuto de Assis, o Zé do Brejo despontou na música sertaneja ao ganhar o Troféu Velho Guerreiro, no Programa do Chacrinha em 1964 no Rio de Janeiro após ter sido descoberto naquela época pelo Chacrinha na festa de aniversário de Colatina.
“Pelas mãos de Abelardo Barbosa, Luiz Gonzaga acolheu Zé do Brejo em sua casa por quatro meses e se apresentavam em casa de shows nordestinas no Rio. Gonzagão cogitou fazê-lo seu sucessor conforme recortes de jornais e revista da época, mas não deu certo”, conta o músico e amigo Efrahim Maia com quem trabalhava no Projeto Sinfonia da prefeitura de Colatina.Mais velho de seis irmãos, Zé do Brejo nasceu em Itapina – distrito histórico colatinense palco do Festival Nacional de Viola-, em 23 de abril de 1953, era autodidata e único da família que se dedicou a música e viveu nos palcos da vida por mais de 50 anos. Começou a tocar aos oito anos de idade incentivado pela mãe Oreni ‘na mesma hora que abriu o fole da sanfona’, conta seu tio Jovalci Lopes de Souza, 66 anos.
“Nasceu com o dom da música. Tinha uma sanfona pequena de oito baixos. Um dia chegou lá em casa e pediu para tocar. Deixei e na hora dedilhou a canção Abre a Porta e a Janela sem nunca ter pegado em um instrumento”, destacou Jovalci.
Aos nove anos passou a tocar profissionalmente em portas de lojas de tecidos na Avenida Getúlio Vargas, centro comercial de Colatina no interior como ‘propagandista’ e nunca mais parou. Chegou a gravar um compacto duplo pelo selo colatinense Fuscão Preto e CDs artesanais de vários estilos e ritmos do sertanejo, discoteca ao rock dos Beatles.
Ganhou o apelido de Zé do Brejo do radialista Jairo Maia, já falecido ao se apresentar no programa de auditório em Vitória e nunca mais parou de viver da música. “Era o mais velho lá de casa ajudou nossa mãe Oreni a criar todos nós. Depois que ficou viúvo morava com ela. Na época em Vitória moramos perto de um alagado daí ao dar o endereço, o Jairo Maia o chamou de Zé do Brejo em público e adotou esse nome artístico até a morte no hospital”, destacou seu irmão Judas Tadeu de Assis, 48 anos.
Gazeta do Norte