Familiares de vítimas de violência, dentre eles os parentes da estudante Paola Souza Magnado, 20 anos, morta a tiros pelo namorado em Linhares, participaram do seminário “Saúde e Segurança no Âmbito da Violência Doméstica”, nesta segunda-feira(4), no Salão Pleno do Tribunal de Justiça, na abertura das comemorações da Semana Internacional da Mulher.
Duas famílias, além de amigos das vítimas, vieram de Linhares, no Norte do Estado. O encarregado administrativo Vagner Benha Magnago e sua mulher Clara Maria Souza, pais da estudante Paola Souza Magnago, 20, assassinada com seis tiros pelas costas no dia 7 de fevereiro, no bairro Palmital, em Linhares, estavam nas primeiras fileiras do Pleno do Palácio da Justiça.
No dia 27 de fevereiro, quando Leonardo Possato Bento, 23 anos, acusado de matar sua filha foi preso pela Polícia Civil, o pai de Paola fez um desabafo na frente das câmeras de televisão, que ele relembrou: “Falei para o rapaz que ele vai ter de pagar pelo crime. Tem que pagar na Justiça dos homens e pela Justiça divida”.
Um misto de sofrimento e revolta marca a família de Paola. O pai e a mãe revelaram ter procurado o Departamento de Polícia Judiciário (DPJ) de Linhares por três vezes para denunciar que a filha estava sendo ameaçada por Leonardo, que era namorado da moça.
“Em Linhares existe uma Delegacia da Mulher, que funciona somente com um escrivão e sem delegado. Fui três vezes ao DPJ denunciar as ameaças. Numa das vezes, um policial civil me respondeu que aquilo não era caso de denúncia. Além do mais, a Polícia Civil de Linhares nunca confeccionou Boletim de Ocorrência das queixas que prestei”, disse o pai de Paola.
“A polícia não deu atenção às nossas queixas e agora nossa filha está morta”, completou a mãe da estudante, Clara Souza.
Também estavam presentes no seminário uma irmã e uma tia de auxiliar administrativo Arielle Martins Pardinho, 21, assassinada com um tiro no dia 5 de setembro de 2012, dentro do apartamento do namorado, no centro de Linhares.
O suspeito de matar Arielle é o estudante Marcos Rogério Amorim dos Santos Júnior, 21, que responde inquérito em liberdade.
“A Polícia Civil pediu a prisão do Marcos, mas a Justiça não atendeu. O caso já se encontra no Ministério Público para oferecimento de denúncia. A polícia indiciou o suspeito por homicídio doloso. Ou seja, em que o autor teve intenção de matar”, lembrou a tia de Arielle, Dulcinéia Martins.
“Toda a família sofre muito com a morte da Arielle, que era uma jovem cheia de sonhos. É preciso que haja justiça”, pediu a irmã da moça, Ivânia Martins Pardinho.
Foto: TJES