Um porteiro, de 26 anos, foi preso por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) na manhã desta quarta-feira (26), em Ponta da Fruta, Vila Velha. Ele é suspeito de ter espancado o próprio filho, de apenas 11 meses. O bebê está internado em estado grave na UTI do Hospital Infantil de Vitória e respira com ajuda de aparelhos. O espancamento, de acordo com a polícia, teria acontecido no dia 10 deste mês.
O caso foi descoberto pela DPCA após uma assistente social do hospital ter acionado a delegacia. Laudos médicos confirmam, de acordo com o delegado, que os ferimentos foram provocados por agressão.
A mulher do porteiro trabalha fora de casa e a criança sempre ficava aos cuidados da irmã, de 10 anos. Porém, antes da mãe perceber sinais de ferimentos e complicações no filho, o bebê ficou com o pai por dois dias, pelo fato da irmã ter ido para casa de parentes. Questionado pela mulher sobre o que teria ocorrido com a criança, o acusado disse que o filho tinha caído da cama.
Ele confessou ser dependente de drogas, mas negou ter espancado o próprio filho. “Usei drogas sim, não vou mentir, mas nunca fui preso e nunca roubei nada de dentro da minha casa. A criança realmente caiu da cama. Nossa cama em casa é box”, declarou o acusado.
O titular da DPCA, delegado Marcelo Nolasco, afirmou que a falta de paciência com o filho pode ter sido o motivo da agressão. “É uma questão de lógica. Em casa, o bebê chora querendo ser amamentado pela mãe. Esse pai, que é um usuário de drogas sem controle, sacolejou e agrediu essa criança a ponto de quebrar a clavícula do filho e provocar outros problemas apontados por médicos”, afirmou.
Nolasco acrescentou que o pai já teria tentado trocar o filho em uma boca de fumo, fato que levou a mãe da criança a se afastar do marido por um período de oito meses. A ameaça de trocar o filho por drogas ocorreu quando a criança tinha um mês e meio de vida, de acordo com o delegado. “Em uma crise de abstinência, ele ameaçou que sequestraria o filho para entregar em uma boca de fumo, em troca de drogas. Ele disse a mulher que faria isso se ela não desse dinheiro a ele para comprar e usar cocaína”, revelou.
A polícia tomou depoimentos da mãe e de um casal de tios da criança. Nos próximos dias, o delegado Marcelo Nolasco pretende ouvir a mãe novamente, além da irmã da vítima, de uma vizinha da família e uma mulher que socorreu a criança ao hospital.
*O nome do pai não será divulgado, de acordo com as normas do Estado da Criança e do Adolescente, para não divulgar a vítima.
Fonte: Redação Multimídia