Passada a ressaca eleitoral, o prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), vem tentando convencer o mercado político de que, em 2012, o provável enfrentamento dele com o deputado federal eleito Audifax Barcelos para a eleição municipal será completamente diferente da disputa deste ano.
O argumento do pedetista é de que a polarização na eleição 2010 se deu entre Audifax e Sueli Vidigal, mas que o enfrentamento direto com ele teria um resultado bem diferente. A justificativa, por enquanto, não tem convencido os observadores e foi lida como uma tentativa do prefeito de se manter no seleto grupo das lideranças políticas com forte capital político no chamado período pós-Paulo Hartung.
Na disputa municipalizada da eleição para a Câmara dos Deputados, Audifax e Sueli Vidigal travaram uma batalha polarizada no município, que representava tanto para os meios políticos quanto para os eleitores locais, um embate entre o grupo do prefeito e o grupo do ex-prefeito, que teria reflexos na eleição de 2012.
O resultado das urnas com a eleição de ambos teve uma leitura diferente da apresentada por Vidigal. Audifax teve 161.856 votos no Estado, sendo 93.797 na Serra. Já Sueli Vidigal teve 141.578, dos quais 50.092 vieram do eleitorado serrano. Embora tenha tido uma votação expressiva que a deixou em segundo lugar na disputa estadual, o comentário no mercado político é de que Sueli ganhou perdendo, já que à sua frente está Audifax.
Perdeu com ela Vidigal, que fez um investimento alto na reeleição da mulher, que teve pouco mais da metade dos votos de seu principal adversário. Embora tente separar sua imagem da imagem de Sueli Vidigal, as eleições da deputada são diretamente ligadas à imagem do prefeito da Serra.
Audifax prefere não comentar a possível disputa municipal, mas o entendimento no município é de que sua entrada na disputa de 2012 é inevitável. Com o capital político adquirido em sua passagem pela prefeitura e legitimada com a eleição deste ano, o prefeito atual terá dificuldade em superar o adversário, até porque a prefeitura passa por dificuldades financeiras, em parte por conta da campanha milionária da mulher à disputa eleitoral deste ano, como denunciado por servidores e eleitores ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE/ES).
Renata Oliveira
Foto capa: Nerter Samora (Seculo Diario)