O presidenciável José Serra afirmou nessa sexta-feira (15), Dia dos Professores, que a fraude ocorrida no Enem em outubro de 2009 foi fruto da “frouxidão” do governo federal, que transformou a prova em instrumento eleitoral. A declaração foi feita durante encontro com cerca de 1.500 professores na Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista.
“[O governo] Foi frouxo nesse trabalho. Não é por maldade, não é porque o governo queria isso. Mas o que aconteceu? Foi pela frouxidão, pelo propagandismo”, criticou.
Serra disse ainda que o PT era contra o Enem, mas que depois tentou transformá-lo em instrumento eleitoral. “E agora é um perigo para os estudantes que tiveram seus dados expostos a bandidos e aproveitadores. É um enlace de um processo que se desmoralizou”, completou.
Acompanhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, do vice do tucano, Guilherme Afif, e do secretário Estadual da Educação, Paulo Renato, Serra prometeu uma “revolução silenciosa no setor”. “Não manipulação como ocorre hoje”, afirmou.
Serra também prometeu continuar o ProUni e criar o ProTec, chamado pelo tucano de o ProUni do ensino técnico. “O ProUni estou de acordo, vamos manter. O governo federal conseguiu inserir o dinheiro público no ensino privado, mas eu me pergunto se fosse o Paulo Renato e a Maria Helena [ex-secretária estadual da Educação] que tivessem criado”.
Por fim, o tucano disse que já foi professor e criticou a campanha da adversária na disputa presidencial, a petista Dilma Rousseff.
“O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou a presidente a Apeoesp (sindicato dos professores do ensino oficial do Estado de São Paulo) por fazer campanha eleitoral dentro do sindicalismo”, disse Serra, classificando o ato de “corporativismo” e “aparelhismo”.
“Temos que ter um plano efetivo para a educação que envolva o presidente da República. A educação tem que ser uma causa nacional, uma coisa concreta, não de papel”, finalizou o tucano.