A 10 dias do término do prazo de filiações partidárias e com a eleição presidencial cada vez mais visível no horizonte, os ânimos dos presidenciáveis e dos partidos estão acirrados.
Ontem o TSE finalmente liberou o PROS e Solidariedade, aumentando para 32 o número de partidos no sistema eleitoral brasileiro.
Agora só falta a Rede de Marina Silva, que deve sair até dia quatro. O PROS deve integrar a base de apoio de Dilma, e o Solidariedade de Eduardo Campos.
Por outro lado, PT e PSB entram em rota de colisão após o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ter ordenado o desembarque do governo Dilma.
A Rede de Marina Silva reuniu-se a portas fechadas em busca de alternativas caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não autorize a criação do partido.
No Espírito Santo tudo caminha para o PMDB se aliar ao PSDB e lançar um candidato a governador contra a reeleição do governador Casagrande (PSB).
O nome mais lembrado é do senador Ricardo Ferraço (PMDB). O ex-governador Paulo Hartung, do mesmo partido, concorrerá ao Senado com apoio do DEM.
A saída antecipada do PSB da base de sustentação do governo Dilma Rousseff aprofundou divisões dentro do PT, já tensionado pelo processo de eleição do presidente da legenda, programada para novembro.
Já o PSB capixaba deve se aliar ao PPS, PT, PP, PSD, para concorrer a eleição da Câmara e Assembléia e apoiar a reeleição dogovenador Casagrande.
Adversário de Falcão na disputa pela presidência do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP), capitaneia a ala petista que defende maior proximidade da legenda com o PSB de Campos.
“Nosso distanciamento não será bom para o governo, já que se trata de um aliado com forte identidade programática. Nem para o PSB, já que o caminho que se desenha sem o PT é o da aproximação com as forças que sempre fizeram oposição aos avanços no Brasil”, pregou Teixeira.
Como o PSB está coligado ao PT em seis estados, e há chances concretas de a disputa presidencial ser decidida só no segundo turno, Teixeira acha um erro brigar com um aliado neste momento. Especialmente porque Eduardo é forte no Nordeste, região pela qual Aécio começou ontem o ciclo de encontros do PSDB.
Ciclo encerrado
Em Maceió, durante encontro regional do PSDB Nordeste, o presidente do partido, Aécio Neves, fez elogios ao governador pernambucano, provável adversário dele na corrida presidencial do próximo ano.
“Eduardo é conhecido como um homem público que enxerga lá adiante, e não tenho dúvida de que esse desembarque ocorreu em razão da percepção que nós já temos há muito tempo, e ele passa a ter de forma clara agora, de que esse ciclo de governo do PT está se encerrando”, afirmou o senador, que também é o presidente nacional do PSDB. Ele ainda disse que os programas de transferência de renda estão no DNA do PSDB.
Quem está de olho no Planalto
Confira como está a situação dos prováveis protagonistas da corrida presidencial de 2014
Dilma Rousseff (PT) — Está em processo de recuperação da popularidade perdida após os protestos de junho, aposta no programa Mais Médicos e tenta controlar a inflação, mas não consegue deslanchar as concessões de rodovias, ferrovias e a licitação do pré-sal.
Aécio Neves (PSDB) — Apresentou o novo programa partidário tucano, criticando a leniência do governo com a inflação e a falta de infraestrutura no país. Iniciou ontem a série de reuniões com os representantes regionais do PSDB. O primeiro encontrou reuniu o tucanato nordestino.
Eduardo Campos (PSB) — Deu, na semana que passou, o passo mais ousado rumo à consolidação da candidatura presidencial. Reunião a Executiva do partido para ungi-lo ao Planalto e ordenou aos correligionários que entregassem os cargos federais.
Marina Silva (Rede) — Ainda não sabe se conseguirá fundar o próprio partido. Faltam validar 52 mil assinaturas até 5 de outubro, prazo final de filiação para quem deseja concorrer a algum cargo eletivo no ano que vem. O PEN abriu as portas para ela
José Serra (PSDB) — Na mesma situação de Marina Silva. Anima-se com algumas pesquisas, mas só conseguirá se candidatar se deixar o PSDB, o que parece cada vez mais difícil. O PPS, por exemplo, desistiu de convencê-lo a se filiar à legenda}
Prazos
Saiba quais são as principais datas relativas às próximas eleições
5 de outubro de 2013, um ano antes das eleições
» Prazo-limite para a criação de partidos a fim de que possam participar das eleições de 2014;
» Último dia para a filiação de políticos em partidos, para que estejam aptos a disputar o pleito. Depois desse período, a pessoa que trocar de partido fica impedida de concorrer a cargo eletivo;
» Data até quando leis podem ser alteradas para que tenham efeito nas próximas eleições.
5 de abril de 2014, seis meses antes das eleições
» Último dia para a desincompatibilização de políticos de cargos no Executivo para que disputem as eleições. A regra não atinge aqueles que concorrem à reeleição.
5 de julho, três meses antes das eleições
» A campanha é oficialmente iniciada. Data a partir da qual passam a ser permitidas as propagandas eleitorais
5 de outubro de 2014
» Primeiro turno das eleições.
26 de outubro de 2014
» Segundo turno das eleições.
Com informações do Correio Braziliense.
Foto: Montagem Ricardo Ferraço/ Renato Casagrande
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